Poderia estar matando, poderia estar roubando, poderia estar me prostituindo e é justamente isso tudo que faço e mais um pouco quando escrevo. O escritor mata personagens, rouba o tempo de quem lê ou de quem gostaria que o lesse. Vende seu produto pelo preço mais baixo possível e, às vezes, o oferece até de graça. Mesmo assim muitos não o querem. O escritor é uma puta feia e acabada, portanto. Seu produto não é cobiçado, não é desejado, mas mesmo assim o escritor tenta expô-lo, deixa-se usar por cafetões que o exploram, frequenta lugares onde talvez encontre alguém que o deseja. Há aqueles que colocam seu produto em puteiros sofisticados, onde inclusive se encontra bebidas como o café para vender. O leitor até apalpa o produto, abre suas pernas, cheira, mas toma só o nobre líquido negro porque não tem mais dinheiro para gastar. Há aqueles escritores que colocam seu produto à venda em sites pornográficos, mas ele fica apenas lá, exposto em fotos com poses de gosto duvidoso e o leitor ape…
Cassionei Niches Petry lê e escreve sobre literatura e pratica filosofices.