Meu conto de Natal preferido


Podemos elencar muitos textos literários que tenham o Natal como tema. “Missa do Galo”, de Machado de Assis, por exemplo, ou “Natal na barca”, de Lygia Fagundes Telles. Na literatura universal, o grande clássico é “Um conto de Natal”, de Charles Dickens.

O meu preferido é um conto não muito conhecido, de autoria de Luiz Vilela, intitulado tão somente “Feliz Natal”, publicado em 1978 no volume de contos Lindas pernas, Livraria Cultura Editora.

Nele, o narrador acompanha os passos do solitário protagonista, Ranulfo, durante a noite natalina. Ao contrário, porém, do que se possa imaginar, ele não está triste por ficar sozinho. Bem pelo contrário: ele foge de qualquer encontro com alguns conhecidos. E ele os tinha. E muitos.


Disfarçado, com um penteado diferente, barba crescida, roupa que não usava há tempos e óculos escuros, sai para comprar algo e cumprir um plano: “assim como Cristo nascia àquela noite, ele decidira renascer como outro homem (...)”. Faz de tudo para não ser visto, inclusive pelo porteiro do prédio. Quando finalmente volta ao apartamento, desembrulha sua compra: um vidro de azeitonas e uma garrafa de vinho. Depois de encher sua taça, brinda sozinho, desejando para ele mesmo um “Feliz Natal!”

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