Sobre o concurso do magistério
Carta aberta que enviei para as páginas de leitores dos jornais Zero Hora e Gazeta do Sul.
Venho a público externar minha revolta com a declaração do
senhor secretário da educação do RS, José Clóvis de Azevedo, ao afirmar que os
“professores que não passaram [no concurso do magistério] talvez não tenham a
formação adequada para a escola pública”. Leciono desde o ano de 2004 no
magistério estadual, quando assumi um contrato na escola Monte das Tabocas em
Venâncio Aires, dando aulas na minha área, Língua Portuguesa, Literatura e
Língua Espanhola, mas também me desdobrei em outras disciplinas, Filosofia,
Sociologia, Educação Artística e Ensino Religioso. Em 2005, passei no concurso
realizado no governo Yeda, como um dos melhores colocados, mas não fui nomeado.
Nesse meio tempo, aprendendo na prática, ouvindo os professores mais
experientes e corrigindo erros, obtive elogios pelo meu trabalho. Hoje leciono
numa das mais importantes escolas estaduais de Santa Cruz do Sul, o Colégio
Prof. Luiz Dourado, faço mestrado em Letras na Unisc e estagio na graduação
dessa mesma instituição. Além disso, colaboro regularmente com o maior jornal
da região do Vale do Rio Pardo, escrevendo sobre literatura e, eventualmente,
sobre assuntos diversos na página de opinião. Também escrevo livros, ainda
inéditos, mas que já mereceram elogios de pessoas como o saudoso Moacyr Scliar.
Como no último concurso não atingi 60% de acertos na prova de legislação, fui
reprovado. Nas demais provas, obtive boas notas, tanto que minha média foi
superior a de alguns dos aprovados. Apesar disso, sou considerado despreparado
publicamente. Relato o meu caso pessoal, mas, tenho certeza, é semelhante ao de
muitos professores.
Comentários
Não contesto o teor da sua carta, mas não posso deixar de fazer uma observação: você foi professor de religião????? Isso me parece semelhante a designar o Silas Malafaia para ensinar a evolução darwiniana. Perdão pela brincadeira, mas parabéns pela coragem de assumir tanta bronca. Hoje em dia, para ser professor, é necessário ter coragem, muita coragem.
Um abraço!
Guilherme
Obrigado pelo comentário. Abraço.