Nas últimas semanas eu retomei uma "paixão" antiga: os Engenheiros do Hawaii. Estava selecionando algumas músicas para trabalhar com os alunos, quando me dei conta de quantas coisas nos passam dasapercebidas quando temos pouco conhecimento. Gostava da banda mais pela sonoridade e porque era "moda" na época (isso na virada dos anos 80 para os 90). Agora, revendo as letras, depois de ler muita literatura e muita filosofia, me rendi à criatividade de Humberto Gessinger ao inserir nas suas músicas referências a diversos escritores, sem contar o trabalho com metáforas e aliterações. Uma das minhas preferidas é "Ninguém = ninguém", com clara referência a George Orwell e seu livros "Animal farm", que no Brasil saiu como "Revolução dos bichos". Segue a letra:
ninguém = ninguém
(gessinger)
há tantos quadros na parede
há tantas formas de se ver o mesmo quadro
há tanta gente pelas ruas
há tantas ruas e nenhuma é igual a outra
(ninguém = ninguém)
me espanta que tanta gente sinta
(se é que sente) a mesma indiferença
há tantos quadros na parede
há tantas formas de se ver o mesmo quadro
há palavras que nunca são ditas
há muitas vozes repetindo a mesma frase:
(ninguém = ninguém)
me espanta que tanta gente minta
(descaradamente) a mesma mentira
todos iguais
todos iguais
mas uns mais iguais que os outros
há pouca água e muita sede
uma represa, um apartheid
(a vida seca, os olhos úmidos)
entre duas pessoas
entre quatro paredes
tudo fica claro
ninguém fica indiferente
(ninguém = ninguém)
me assusta que justamente agora
todo mundo (tanta gente) tenha ido embora
todos iguais
todos iguais
mas uns mais iguais que os outros
o que me encanta é que tanta gente
sinta (se é que sente)
ou
minta (desesperadamente)
da mesma forma
todos iguais
todos iguais
mas uns mais iguais que os outros
todos iguais
todos iguais
tão desiguais...
tão desiguais...
ninguém = ninguém
(gessinger)
há tantos quadros na parede
há tantas formas de se ver o mesmo quadro
há tanta gente pelas ruas
há tantas ruas e nenhuma é igual a outra
(ninguém = ninguém)
me espanta que tanta gente sinta
(se é que sente) a mesma indiferença
há tantos quadros na parede
há tantas formas de se ver o mesmo quadro
há palavras que nunca são ditas
há muitas vozes repetindo a mesma frase:
(ninguém = ninguém)
me espanta que tanta gente minta
(descaradamente) a mesma mentira
todos iguais
todos iguais
mas uns mais iguais que os outros
há pouca água e muita sede
uma represa, um apartheid
(a vida seca, os olhos úmidos)
entre duas pessoas
entre quatro paredes
tudo fica claro
ninguém fica indiferente
(ninguém = ninguém)
me assusta que justamente agora
todo mundo (tanta gente) tenha ido embora
todos iguais
todos iguais
mas uns mais iguais que os outros
o que me encanta é que tanta gente
sinta (se é que sente)
ou
minta (desesperadamente)
da mesma forma
todos iguais
todos iguais
mas uns mais iguais que os outros
todos iguais
todos iguais
tão desiguais...
tão desiguais...
Comentários
gostar de uma musica, e com o tempo ir descobrindo cada palavra, o que cada palavra quer dizer! e saber de onde vem! uau!
a gente vive numa constancia de conhecimento, e isso faz a musica nunca morrer! =)