A Copa e a Coca (com direito a cacófato)
E a Coca-Cola se dá bem mais uma vez. Parece que todas as campanhas publicitárias da marca dão certo e fazem muito sucesso. Dominação norte-americana? Ou do demônio, a partir de uma mensagem subliminar? (Para quem não sabe, se você ler ao contrário o rótulo, lerá a frase “alô, diabo”.) Muitos afirmam também que foram eles que conseguiram mudar a cor da roupa do Papai Noel. Como diria uma personagem de uma novela global (a Coca-Cola brasileira): mistéééériooo!
Não, não sou contra a Coca-Cola (sou contra outra “coca”). Depois que parei com as bebidas alcoólicas, ela se tornou minha companheira nas festas e reuniões familiares, se bem que peço sempre Pepsi, porém, quase nunca há nos lugares aonde vou. Mas a Coca inda não tomou o espaço do meu café, ah, isso não.
Nesta última Copa, a empresa comprou os direitos da música Wavin’ Flag, do rapper somali K’ Naan, cujo remix passou a ser inserido nos comerciais do refrigerante veiculados durante o Mundial. A letra aborda a condição de quem está exilado, visto que o cantor fugiu da guerra civil na Somália quando tinha 14 anos, indo morar no Canadá. Há apenas citações de palavras como campo, jogo, campeões, mas em um sentido metafórico, relacionado à liberdade dos povos africanos: “Dê-me liberdade, dê-me fogo, dê-me razão, me leve para cima!”. Nada a ver, portanto, com a versão futebolística feita pela banda brasileira Skank: “Gol de placa, de trivela, no cantinho, pra desempatar”. (É, Humberto, “a juventude é uma banda numa propaganda de refrigerantesssssssss.”)
A música realmente caiu na graça de todos e se tornou o hino não-oficial da Copa. Fato parecido se deu em 2002, quando um remix da música “A Little Less Conversation”, de Elvis Presley, foi usado em uma propaganda da Nike e se tornou mais conhecido do que o hino oficial do Mundial da Coréia e do Japão.
Goste-se ou não, esses caras sabem como ganhar dinheiro e, principalmente, fixar uma marca na mente das pessoas. Até na arte ela aparece, como no filme Blade Runner. Porém é num poema concreto, de Décio Pignatari, que podemos ler o que aparentemente seria outra propaganda subliminar, mas que termina com uma crítica a essa substância maligna criada e difundida pelo imperialismo norte-americano:
Comentários
Já estou pensando em deletar aquele post.