(IN)ATIVIDADE PARANORMAL
por Cassionei Niches Petry
Importante: este texto conta detalhes do filme. Recomendo assisti-lo antes (ou não).
Assisti ao filme “Atividade paranormal” cheio de expectativas. O boca a boca (ou o link a link) ajudou a divulgá-lo de uma forma impressionante. Todos os comentários de quem assistiu era de que causaria muito medo, e o trailer divulgado pela internet parecia comprovar.
No entanto, o filme do diretor estreante Oren Peli é decepcionante. Não só por não acontecer nada de tão espetacular, mas também porque carece da estrutura narrativa necessária para o desenvolvimento de um enredo. Não há sequer um clímax, pois a cena que pretende ser o ponto máximo da “narrativa” segue o mesmo nível de tensão da história toda, alto é verdade, e justamente é esse o defeito: algo vai acontecer, há pequenos sustos, porém, repito, não acontece nada de impressionante. O filme termina e pensamos: mas é só isso?
No início há um texto de agradecimento aos familiares dos protagonistas Katie e Micah (mesmos nomes dos atores na vida real) e à polícia que autorizaram o uso das filmagens, sugerindo, assim, que o filme fosse uma gravação caseira e real. Puro jogo de marketing, claro. (Dan Brown usa essa fórmula para iniciar seus livros, dizendo o que são fatos verdadeiros na trama.) Além disso, o texto já revela um fato que ficaríamos sabendo somente no final: ambos morrem. (A versão a que assisti tem o final original. Steven Spielberg sugeriu um novo desfecho, que é o que será visto nos cinemas. Esse final alternativo ficou pior ainda.)
Em seguida, passamos a ver o casal em sua casa nova. Micah leva sempre junto sua câmera, para que não se perdesse nenhuma coisa estranha que pudesse acontecer, isso porque Katie, desde a infância, ouvia ruídos estranhos em todas as casas em que morou. O rapaz, cético, resolve comprovar. Os eventos paranormais acontecem à noite, principalmente no quarto do casal, e eles deixam a câmera ligada para registrá-los.
Acordados, ouvem barulhos, ficam assustados, mas conseguem dormir tranquilamente. Depois que começam a chegar perto de desvendar o que seriam esses barulhos eles... voltam a dormir tranquilamente. Na noite seguinte, mesmo depois de a porta do quarto bater sem vento nenhum... eles voltam a dormir tranquilamente e continuam a deixar a porta aberta. Mesmo depois de espalharem talco no chão e depois verem as pegadas do espírito, mesmo depois de as gravações revelarem uma sombra cruzar na porta, mesmo depois de o espírito levantar o lençol da cama, mesmo depois de Katie ser arrastada e quase ser levada para o sótão... eles continuam dormindo tranquilamente, com a porta aberta e o lado onde Katie dorme na cama fica perto dessa porta! Se os personagens não têm tanto medo assim, como pode o espectador tê-lo?
Há outras falhas que comprometem o filme, como o aparecimento de uma personagem, amiga de Katie, que não acrescenta nada à história. Aconselho, porém, que o leitor assista e tire suas próprias conclusões. Afinal, essa é só minha opinião (e da minha esposa também, pois, como todo mundo recomendou, assisti ao filme acompanhado). Há quem diga que “Atividade paranormal” é o melhor filme de terror do ano e que Oren Peli é um gênio. Isso sim me dá medo.
Assisti ao filme “Atividade paranormal” cheio de expectativas. O boca a boca (ou o link a link) ajudou a divulgá-lo de uma forma impressionante. Todos os comentários de quem assistiu era de que causaria muito medo, e o trailer divulgado pela internet parecia comprovar.
No entanto, o filme do diretor estreante Oren Peli é decepcionante. Não só por não acontecer nada de tão espetacular, mas também porque carece da estrutura narrativa necessária para o desenvolvimento de um enredo. Não há sequer um clímax, pois a cena que pretende ser o ponto máximo da “narrativa” segue o mesmo nível de tensão da história toda, alto é verdade, e justamente é esse o defeito: algo vai acontecer, há pequenos sustos, porém, repito, não acontece nada de impressionante. O filme termina e pensamos: mas é só isso?
No início há um texto de agradecimento aos familiares dos protagonistas Katie e Micah (mesmos nomes dos atores na vida real) e à polícia que autorizaram o uso das filmagens, sugerindo, assim, que o filme fosse uma gravação caseira e real. Puro jogo de marketing, claro. (Dan Brown usa essa fórmula para iniciar seus livros, dizendo o que são fatos verdadeiros na trama.) Além disso, o texto já revela um fato que ficaríamos sabendo somente no final: ambos morrem. (A versão a que assisti tem o final original. Steven Spielberg sugeriu um novo desfecho, que é o que será visto nos cinemas. Esse final alternativo ficou pior ainda.)
Em seguida, passamos a ver o casal em sua casa nova. Micah leva sempre junto sua câmera, para que não se perdesse nenhuma coisa estranha que pudesse acontecer, isso porque Katie, desde a infância, ouvia ruídos estranhos em todas as casas em que morou. O rapaz, cético, resolve comprovar. Os eventos paranormais acontecem à noite, principalmente no quarto do casal, e eles deixam a câmera ligada para registrá-los.
Acordados, ouvem barulhos, ficam assustados, mas conseguem dormir tranquilamente. Depois que começam a chegar perto de desvendar o que seriam esses barulhos eles... voltam a dormir tranquilamente. Na noite seguinte, mesmo depois de a porta do quarto bater sem vento nenhum... eles voltam a dormir tranquilamente e continuam a deixar a porta aberta. Mesmo depois de espalharem talco no chão e depois verem as pegadas do espírito, mesmo depois de as gravações revelarem uma sombra cruzar na porta, mesmo depois de o espírito levantar o lençol da cama, mesmo depois de Katie ser arrastada e quase ser levada para o sótão... eles continuam dormindo tranquilamente, com a porta aberta e o lado onde Katie dorme na cama fica perto dessa porta! Se os personagens não têm tanto medo assim, como pode o espectador tê-lo?
Há outras falhas que comprometem o filme, como o aparecimento de uma personagem, amiga de Katie, que não acrescenta nada à história. Aconselho, porém, que o leitor assista e tire suas próprias conclusões. Afinal, essa é só minha opinião (e da minha esposa também, pois, como todo mundo recomendou, assisti ao filme acompanhado). Há quem diga que “Atividade paranormal” é o melhor filme de terror do ano e que Oren Peli é um gênio. Isso sim me dá medo.
Comentários
Marco, aí nos EUA o filme está faturando bastante, pelo que li.
Estou um pouco ancioso, adoraria tomar um sustinho, confesso.
Me lembro que quando assisti a Bruxa de Blair pela primeira vez (que eu considero um filme bem feito, cinefilamente falando), fiquei umas duas semanas com medo até de dormir haha.
Mas quando ao Atividade Paranormal, minha expectativa é grande.
Como não me assusto com filme de terror, dúvido que esse me surpreenda. Kkkkkk
Abraços
só achei que vc ficou preso a uma estrutura narrativa convencional demais.
como vc deve ter lido no meu blog, também não gostei do filme. talvez porque o gênero não me agrade.
mas nem me dei o trabalho de analisá-lo.