Lugar para escrever

Vila-Matas no seu "rincón"

“Os cadernos de capa azul, os dois lápis, o apontador de lápis (com o canivete desperdiçaria muito), as mesas com seus tampos de mármore, o perfume das primeiras horas da manhã, apagar aqui, corrigir ali, mais um bocado de sorte - eis tudo o que era necessário.”
Isso era o essencial para Hemingway no seu ritual de escrita, segundo relata em Paris era uma festa, suas memórias do início de carreira, quando foi viver na capital francesa. Reli o livro antes de mergulhar em Paris no se acaba nunca, de Enrique Vila-Matas, que narra a tentativa do escritor catalão de imitar seu ídolo literário.
No meu caso, sinto a falta da minha biblioteca, que ainda não foi montada aqui na casa nova – estou apenas aguardando o meu pai instalar a porta da garagem onde ela terá seu espaço –, e o meu computador. Não é que não goste do notebook, mas estava acostumado com meu PC, minha escrivaninha, as duas estantes de livros atrás de mim e as revistas e os papéis espalhados por todo o lado. Sem contar que é desagradável escrever na mesa entre a cozinha e a sala e com a TV geralmente ligada.
Por coincidência, meu ideal de ambiente e condições de escrita são parecidos com a de Vila-Matas, meu ídolo literário do momento. Sem esquecer, claro, a generosa xícara de café.

Comentários

Minha única necessidade na escrita e na leitura é a ausência da voz humana. A barulheira da rua me lembra que estou dentro do mundo, a gritaria lá fora me confirma de que tudo é "cá dentro". Mas ponha alguém falando perto de mim e eu me desconcentro e me conserto, esquecendo tudo...
Cassionei Petry disse…
Isso também acontece comigo. Outra coisa é som alto, e eu estou com azar nesse sentido: tenho vizinhos barulhentos.
Abraço e obrigado pelo comentário.

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