1Q84 - conservadora a tradução brasileira



 Comparem:
 
Cap. 5 Livro 1

Tradução da edição brasileira, por Lica Hashimoto
“Antes de voltar para casa e dormir, precisava tomar algo para relaxar. Não era para menos; ela acabara de mandar um homem para o lado de lá. O canalha merecia morrer, estava certo, mas mesmo assim ele era um ser humano.”


Tradução da edição portuguesa, por Maria João Lourenço e Maria João da Rocha Afonso
“Sentia necessidade de tomar uma bebida alcoólica para acalmar os nervos antes de se deitar. Vendo bem, tinha acabado de despachar um homem para o outro mundo. Verdade seja dita que se tratava de um filho da mãe que merecia ser morto, mas, em última análise, era um ser humano.”


Tradução para o espanhol, por Gabriel Álvarez Martínez
“Antes de volver a su casa y dormir, necesitaba calmar los nervios con una copa. Y es que hacía tan sólo un rato había enviado al otro barrio a un hombre. Aunque fuera un hijo de puta que se merecía que lo mataran, una persona era una persona.”

Comentários

charlles campos disse…
Sei não. Uma única parte não dá para dizer que a tradução brasileira é conservadora. Um tanto precipitado. Li a tradução nacional e a achei melhor que as partes da tradução de Portugal que li pela net; mais fluida. E, Murakami, por mais que tenha felação e tal, é japonês, meu caro; não queira ver o despudor dos ficcionistas americanos nas cenas de sexo.

E note: a tradutora nacional trabalhou em cima do original. Será que os Lourenços, Afonsos e Martinez fizeram o mesmo? Não teria sido da versão norte-americana, que dizem ser apressada e apelativa?
Cassionei Petry disse…
Pode ser, me chamou atenção isso. Postei justamente para ver se alguém que conhece o original pode dar uma luz, afinal, para "canalha" e "filha da mãe", há uma diferença de expressões.
Vi muitos dizerem que a tradução brasileira é melhor. Particularmente, não estou gostando da brasileira.
charlles campos disse…
Aliás, gostei muito de seu conto "O Casarão". Um conto despretensioso muito eficaz. Singelo e metalinguístico nos toques de ironia com a história de clichê clássica que deu inspiração a ela. Já vi umas tantas fontes que bebem do mesmo enredo, inclusive um curta da Pixar sobre um menininho e uma loja deserta de bonecos, cuja porta, pasme... esqueceram aberta. Gostei dos exageros intencionais dos milhares de livros e da beleza descomunal da garota da sacada, e o quanto o conto segue a linha dos outros em sempre mostrar auto-retratos do autor. Muito bom mesmo o conto.
Cassionei Petry disse…
Que bom que gostou do conto.
Vou fazer outro post sobre a tradução do 1Q84.

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