Uma das passagens mais hilárias do livro "Deus, um delírio", de Richard Dawkins, quando ele comenta, no capítulo 3, as "provas" de Tomás de Aquino:

"4 O Argumento de Grau. Percebemos que as coisas do mundo diferem entre si. Há graus de, digamos, bondade ou perfeição. Mas só julgamos esses graus se em comparação a um máximo. Os seres humanos podem ser tanto bons quanto ruins, portanto o máximo da bondade não pode estar em nós. Tem de haver, portanto, algum outro máximo para estabelecer o padrão da perfeição, e a esse máximo chamamos Deus.

Isso é um argumento? Também seria possível dizer: as pessoas variam quanto ao fedor, mas só podemos fazer a comparação pela referência a um máximo perfeito de fedor concebível. Tem de haver, portanto, um fedorento nigualável, e a ele chamamos Deus. Ou substitua qualquer dimensão de comparação que quiser, derivando uma conclusão igualmente idiota."

Comentários

O Richard Dawkins faz parte de um divertido time de cienistas fanáticos que tratam a ciencia com o mesmo fervor que os fanáticos religiosos que eles criticam em sus trabalhos. Carl Sagan, Dawkins e o brasileiro Marcelo Gleiser, meu xará, são os nomes que me vêm à mente no momento.. mas tem outros..

Abraço
Cassionei Petry disse…
O adjetivo fanático não cabe para quem "professa" a ciência.
Mirella disse…
Certeza absoluta de que não encontrarei esse livro na Biblioteca Pública de Venâncio, mas farei a busca. Falharei miseravelmente em minha "missão".


Acho que seria melhor comprar logo, já que não quero baixar... Quero ter em mãos.
Cassionei Petry disse…
Na Biblio da Unisc há alguns exemplares. Mas sempre é bom ter o livro mesmo.
No caso, Cassionei, não acho que seja bem o caso de "professar" a ciência, porque eles exageram na dose. Na verdade, se a gente pegar a história, vai ver que a ciência é tão falha quanto a religião ou outro discurso. Os maiores cientistas (assim como Buda, que foi um dos que escaparam do fanatismo exagerado da religião) são aqueles que sacaram que a relatividade coloca o observador no liame da relação matéria-ideia. Coisa que aliás a literatura já faz há muito tempo (é que esses caras não estão acostumados a ler Machado e outros...). Se a gente lê os livros desses "divulgadores", vai ver que eles consideram a ciência a salvação da humanidade e o discurso mais próximo da verdade humana. Continuo achando que a poesia chega mais perto, de longe...

Abração

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