Dois anos de "Arranhões e outras feridas"
Há exatos dois anos, lançava meu primeiro livro,
"Arranhões e outras feridas". Mesmo sabendo que tenho um longo
caminho a percorrer, comecei, mesmo constrangido, a me denominar escritor,
ainda mais lançando na Feira do Livro de Santa Cruz do Sul. Praticamente só
amigos, colegas e familiares prestigiaram o evento o que me deixou feliz, mas,
por outro lado, me inquietou por perceber que, mesmo sendo colunista de
literatura do maior jornal da região, tendo colaborado com o jornal mais
importante do RS e sendo dono de um blog com milhares de acessos mensais, as
pessoas do meio cultural da minha cidade, com raras exceções, não consideram
minha contribuição relevante para a literatura. Em alguns eventos que visito,
poucos me conhecem e não têm ideia de quem seja o Cassionei. Faz parte do
processo. O curioso é que meu nome já é mais reconhecido fora daqui, tanto que
já fui convidado para participar como jurado da primeira fase do prêmio
literário mais importante da língua portuguesa, troco informações com
escritores, críticos e professores de várias partes do país e até fora dele, já
tive até um post do twitter reproduzido no jornal El Clarín da Argentina, além
disso fui entrevistado por uma rádio da capital e outros blogues repercutiram o
meu livro. Se ainda não tenho o reconhecimento na minha cidade, talvez seja
porque não fico puxando o saco de ninguém, sou comedido nas
"curtidas" e comentários do facebook, não sou cara de pau de ficar
convidando todo mundo para ser "amigo" por aqui, também não frequento
bares, festas e afins e não consigo ir a muitos eventos culturais porque a
maioria acontece à noite, e sou professor nesse período.
De qualquer forma, quem leu "Arranhões e outras
feridas" fez críticas elogiosas a alguns contos. O que mais repercute é o
conto “Ônibus”. Foi o livro de um estreante, publicado de uma forma que
inviabilizou a divulgação na imprensa, a venda em livrarias ou a participação
de concursos e chegou às mãos de poucos críticos literários, até porque somente
pude enviar a eles em versão PDF. Porém, continua aí e começa a dar espaço para
“Os óculos de Paula”, que será lançado brevemente. Aos meus leitores, obrigado,
e espero não decepcioná-los no próximo livro.
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