O bom cinema em casa
O ensaio sobre cinema escrito por Alcino Leite Neto, no suplemento Ilustríssima da Folha de S. Paulo de hoje, se encerra mencionando a coletânea de artigos de Jonathan Rosenbaum. Nela, o crítico americano defende uma questão que apoio: não se deve mais pensar no cinema apenas como sala e tela grande, pois a maioria das pessoas não assiste mais a filmes dessa forma.
Um ponto chave sobre esse assunto é que com as novas tecnologias (já nem tão novas assim), há um público cinéfilo que tem acesso a clássicos que não rodam nas salas comerciais. Posso dizer que minha experiência com a sétima arte só está se realizando plenamente a partir do compartilhamento de arquivos na rede de computadores. Pirataria? Não, até porque muitas obras nunca apareceram no país e são legendadas (algumas pessimamente, é verdade) por anônimos difusores culturais.
Há ainda os DVD’s que resgatam esses clássicos, muitas vezes com extras que enriquecem o conhecimento sobre as obras. Nesse caso, mais uma vez a internet contribui a partir das vendas, já que são produtos que não são facilmente encontrados numa loja do interior do RS.
Além de tudo isso, nada melhor do que assistir a um filme na hora que você quiser, podendo retornar trechos para fixar na memória alguma cena ou diálogo, no aconchego do seu lar, sem precisar ouvir comentários paralelos. Não concordo com a ideia de que o cinema é apenas uma experiência coletiva. Ela é tão individual como a literatura, que se torna coletiva num sarau ou recital.
Deixo as salas de cinema para quem prefere assistir a Crepúsculo no lugar de Nosferatu.
Comentários
Perdão pela empolgação.