Diário crítico (2)



08 de novembro de 2020

Dia dedicado praticamente à família e ao futebol na TV (vendo o meu time se esforçando pra perder a liderança do campeonato) e na internet (não perco as lives do Baldasso). Pouca leitura, mas deu pra concluir o livro de artigos do Luiz Felipe Pondé, “Saudades de Deus e outros textos” (Ed. Três estrelas), que reúne as “melhores” colunas que publicou na Folha de S. Paulo. Vinha lendo aos poucos, há mais de mês. Livro irregular, como acontece com quase todos do Pondé, mas ele é um pensador contemporâneo que não deixo de ler, ouvir e assistir quase todos os dias. Os professores e estudantes de Filosofia que acompanho nas redes sociais gostam de criticá-lo, dizem que ele é raso, populariza demais a Filosofia e tal, que quem o lê é limitado intelectualmente inclusive. Sim, já li o pessoal afirmando isso. Ok, me defendo com minha limitação, apesar de já ter sido professor nessa disciplina, e o leio, concordo com ele, outras vezes discordo, ele provoca o pensamento, e é isso que espero de um filósofo. Sim, pra mim ele é um filósofo. Ah, Cassionei, mas como vamos chamar o Aristóteles, então. Ora, respondo, de grande, enorme filósofo, já que você quer fazer disso uma disputa, fulano.

Estão no livro tiradas como “o Viagra fez mais pela humanidade do que duzentos anos de marxismo”, que o fazem ser “cancelado” pela esquerda, ele que hoje é “cancelado” pela direita por criticar o “mito”, aliás, nos comentários de uma mesma coluna dele no site do jornal uns o chamam de bolsonarista e outros de comunista. Ele se diverte e continua fazendo o que o Otávio Frias pediu quando o contratou: “quebrar o coro dos contentes”. Eu, por exemplo, fico P da vida quando ele, um ateu meia boca, critica a nós, ateus mais firmes, digamos, dizendo que essa é a posição mais fácil de assumir, que até uma criança de 8 anos faz.

Quanto aos jornais do final de semana, que leio nas bibliotecas públicas da internet (que alguns chamam de pirataria), tudo muito fraco. Cada vez a Literatura está mais escassa. Ainda querem que assine os jornais. Até os de língua espanhola, antes bem acessível, está limitando a visualização dos conteúdos. O Youtube agradece.


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