Diário crítico (5)

 


11 de novembro de 2020

 

"Los críticos leemos mucho, escribimos mucho, nos equivocamos mucho." Christopher Domínguez Michael

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Enquanto leio e escrevo, coloco pra rodar no Youtube sons do ambiente de uma biblioteca particular: chuva no telhado, trovoada, vento, livros sendo folheados, lápis riscando o papel, passos, madeira rangendo, ruído das dobradiças da porta (meus alunos sabem que adoro esse som), molho de chaves, fósforo sendo aceso... Bom pra dormir também. A imagem de uma biblioteca antiga no vídeo é linda.

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O barulho de chuva e trovoadas veio bem a calhar na leitura de “O retrato ovalado”, do Poe, que leio motivado por um ensaio do livro “Trinta anos professando Cortázar” que relaciona o conto com “Continuidad de los parques”, assim como lembra a intertextualidade entre “ A queda da casa dos Usher” e “Casa tomada” (contos que já li, reli e tresli e sobre os quais já escrevi). “O retrato ovalado”, ou oval, dependendo da tradução, é uma história dentro de outra história, a obra de arte que mata seu personagem, assim como o conto de Cortázar. A arte mata.


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