Plágio em novela? Satanismo na música?
Em alguns fóruns na internet está sendo discutido se o computador Frank na novela das 7 da Globo é plagio do computador Hal, do filme 2001: uma odisséia no espaço.
Acredito que o plágio acontece quando alguém se diz criador de determinada ideia que é de outra pessoa. Exemplo no campo da fantasia: Neil Gaiman se utiliza de várias personagens da literatura e admite isso, inclusive o popular personagem do aprendiz de feiticeiro. Já J. K. Rowling escreve uma história parecidíssima com Tim Hunter do próprio Gaiman, mas não admite a influência. Aí é plágio, apesar do acordo que depois fizeram debaixo dos panos, já que Gaiman não era tão conhecido na época. Escrevi sobre isso neste post.
No caso da novela, é escancarada a influência, não plágio, já que colocaram até o dublador do filme para fazer a voz do Frank. Aí há outra influência, pois a novela iria se chamar "Bom dia, Frankenstein", clara referência ao personagem de Mary Shelley.
Agora, só não posso dizer o mesmo da "robô" do reality show Solitários do SBT.
Falando ainda em novela (não, não virei noveleiro, mas gosto de filosofar sobre o pop), também circulou que a música “Pelo avesso”, dos Titãs, tema de abertura da novela das 6, seria SATÂNICA. O Sérgio Britto, autor da letra, fala sobre isso no seu blog, explicando o que ela significa:
“Quando compus a canção a intenção inicial, a grosso modo, era falar de "justiça social" sob uma ótica torta, enviesada: como se só pudéssemos aspirar à igualdade na miséria e na indigência .
Muito me surpreendeu ( na verdade, até diverte ) ler e ouvir comentários sobre "o perigo que esta música representa para a familia brasileira" e "a mensagem oculta que ela encerra". Para alguns, por incrível que pareça, trata-se de uma música, satânica! Loucura, não?
Parece até aquela história de gente que confunde o ator com o personagem...
O tema da canção é bem claro. Só não entende quem não quer.”
Segue a letra da música, do álbum Como estão vocês, de 2003.
Pelo avesso (Sérgio Britto)
Vamos deixar que entrem
Que invadam o seu lar
Pedir que quebrem
Que acabem com seu bem-estar
Vamos pedir que quebrem
O que eu construi pra mim
Que joguem lixo
Que destruam o meu jardim
Eu quero o mesmo inferno
A mesma cela de prisão - a falta de futuro
Eu quero a mesma humilhação - a falta de futuro
Vamos deixar que entrem
Que invadam o meu quintal
Que sujem a casa
E rasguem as roupas no varal
Vamos pedir que quebrem
Sua sala de jantar
Que quebrem os móveis
E queimem tudo o que restar
Eu quero o mesmo inferno
A mesma cela de prisão - a falta de futuro
Eu quero a mesma humilhação - a falta de futuro
Eu quero o mesmo inferno
A mesma cela de prisão - a falta de futuro
O mesmo desespero
Vamos deixar que entrem
Como uma interrogação
Até os inocentes
Aqui já não tem perdão
Vamos pedir que quebrem
Destruir qualquer certeza
Até o que é mesmo belo
Aqui já não tem beleza
Vamos deixar que entrem
E fiquem com o que você tem
Até o que é de todos
Já não é de ninguém
Pedir que quebrem
Mendigar pelas esquinas
Até o que é novo
Já esta em ruinas
Vamos deixar que entrem
Nada é como você pensa
Pedir que sentem
Aos que entraram sem licença
Pedir que quebrem
Que derrubem o meu muro
Atrás de tantas cercas
Quem é que pode estar seguro?
Eu quero o mesmo inferno
A mesma cela de prisão - a falta de futuro
Eu quero a mesma humilhação - a falta de futuro
Eu quero o mesmo inferno
A mesma cela de prisão - a falta de futuro
O mesmo desespero
Comentários
Numa lista de ufologistas (interessados em assuntos relacionados a óvnis e assuntos correlatos) e ufólogos (que se consideram estudiosos do assunto), na passagem de ano, postei uma mensagem que fazia alusão a este livro e filme. Filme que não teve o efeito do 2001. Eu consegui olhar só uns pedaços do 2010. Está na lista (gigantesca) de "filmes para ver". Dizem que vale, mesmo não sendo tão cabeção quanto o de Kubrick.